23 de abr. de 2008

Bondage.

Você conhece alguém, num dia qualquer. Esse alguém te parece interessante. Mas ainda assim é um completo estranho.
Ele te deixa curioso. Parece uma aranha te enrolando de teia. Mas não é. É só alguém que te deixa curioso. E é bom estar curioso.
Te faz sentir vivo por algum motivo que você não sabe qual é.

Você se pega na situação de estar num quarto com alguém desconhecido. E esse alguém sutilmente pede pra te amarrar.
Pede assim, com os olhos, e poros e lábios e sorrisos fáceis. Pede fazendo manha. Pede se deixando manipular. Pede como quem não quer fazer nada demais.
A princípio, nem você, nem ninguém quer ser amarrado.
Por que a gente nunca sabe o que o outro vai fazer com a gente, quando não conseguirmos mais nos mexer.
Depois vai vendo que pode não ser uma má idéia.

Corta pra um dia de sol e céu de brigadeiro num parque qualquer. O dia está lindo. Você se sente estranhamente bem. E transfere o controle e a responsabilidade disso estar acontecendo pra esse cara que está sentado ao seu lado, sorrindo com os olhos e aumentando essa sensação de bem estar. É o mesmo estranho que apareceu no quarto. Ele só está ali. E você não faz a menor idéia do que se passa na cabeça do sujeito. De repente surge uma vontade de falar.
Você vai falar. Você está proferindo a frase "Eu gosto de você".
E pronto, você já está amarrado.

Corta pro quarto.
E agora já não importa muito mais o que vão fazer com você.
Por que você já se deixou amarrar e está achando o máximo estar à mercê das vontades do outro.
Ele pode te xingar, ou dizer que também gosta de você, pode te bater ou te fazer a melhor das carícas.
Isso já não importa. O que importa é o prazer que você sente em estar preso desse jeito.
Com a desculpa de que faz isso pelo outro.
Balela. Você faz isso por você mesmo.


Corta pra um dia cinza, "sem bom lugar pra ler livro nenhum", o pensamento sim, este está em você.
O outro diz que não quer mais brincar. Você entra em desespero. Quer continuar amarrado.
Acostumou a ficar imóvel, ou se movimentar de acordo com as ordens dele.
Agora é a liberdade que te assusta. Agora o problema é estar solto.
E no lugar de toda a delicadeza que foi usada pra te amarrar, inevitávelmente ele vai ser bruto e vai te soltar de uma vez.
Como se fosse apenas um nózinho de barbante.
Fácil de fazer, mais fácil ainda desfazer.

Mas a sensação das cordas ainda vai permanecer no corpo por um bom tempo.
Prepare-se pra se pegar por aí oferecendo cordas a outros sujeitos e praticamente implorando pra que te amarrem.
Tenha certeza de que se amarrar sozinho não é a mesma coisa do que ser amarrado por alguém.
Parece, mas não é...


o texto é ruim, tá mal escrito, mas serve.
serve pra guardar, e serve pra começar a mexer em BONDAGE.

hoje foi a primeira reunião com o pessoal do Gaia e os "NOVOS COROégrafos".
Tô feliz. e animado. e nervoso. e bem querendo começar.
Vai ser bom poder fazer dançar essas coisas que andam por aqui...
Luxo puro.

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