6 de jun. de 2010

O intruso na concha.

Hoje estou num daqueles dias de tomar meu tempo.
Tomei meu tempo pra acordar, comer, responder mensagens, fumar meus cigarros com calma e etc...
Muito bom isso. Mas daí... Sempre tem um "mas".
Daí que a gente fica pensando muito mesmo nas coisas. E pensar muito mesmo nas coisas as vezes é bem angustiante.
Me deu um ruim a certa altura.
Acho que to cansado.
Tá passando o ruim, mas acho que com o tempo fui ficando tao "emmimmesmado" que já nem consigo mais sair direito da concha pra falar com o vizinho. E deveria.
Tenho preferido comer tudo e dialogar comigo mesmo dentro da minha concha. Eu me escuto e me respondo e posso mudar de assunto sozinho. Eu nao me corto e também nao me importo com meus proprios silencios. Mas sinto falta de falar com o vizinho.
Ainda que eu tenha quase certeza de que o vizinho nao vai nem ouvir o que tenho pra dizer.

A certa altura me deu uma saudade da minha mae e da Ludi. Eu tenho saudade de tudo mundo, sempre. Mas assim como aprendi a emmimmesmar, aprendi a comer a saudade; comento internamente e deixo ela ficar ali um tempinho, e logo depois mudo de assunto por que é preciso. Nao sei por que, mas é preciso.

E hoje, queria muito o cheiro da minha mae. E queria tambem deitar no colo da Ludi. Em silencio.

Hoje to sensivel. E calado. Com meus tempos dilatados, e sentindo o incômodo do grao de areia que entrou na minha concha.
Tudo por que penso muito mesmo nas coisas.
Quem sabe um dia vou ver esse grao de areia transformado numa pérola.
Espero... me dou tempo.

3 comentários:

H disse...

Gostei disso.

DOUGG disse...

:)

Tania Velázquez disse...

também gostei muito. Ensimesmar-se, se for para se conhecer, faz muito bem.